Contato com a arte desde cedo traz uma série de benefícios a curto e a longo prazo

Incentivar os filhos a se envolverem com a arte tem impacto no aprendizado e no desenvolvimento dos estudantes como um todo

O estudo e a criação em artes estimula o desenvolvimento do pensamento criativo e a busca de soluções para problemas que fujam de estereótipos e clichês, além de impulsionar a possibilidade de interação sociocultural e de se expressar em diferentes linguagens, verbais ou não verbais, segundo Eduardo Duique, autor do material de Artes do Sistema Anglo. 

Além disso, o autor explica que o contato com a arte capacita a criança para uma leitura de mundo mais aguçada, para o empreendedorismo e trabalhos em grupo (teatrais ou na organização de exposições, por exemplo), para a educação tecnológica em novas mídias (celulares e computadores também produzem arte) e para o desenvolvimento da empatia e outras habilidades socioemocionais. 

Também permite o acúmulo de repertório de informações para compreensão histórica e da atualidade, da construção de uma identidade particular e coletiva. “Além de ser um envolvimento deveras prazeroso, parte fundamental da experiência humana que propicia a felicidade”, completa o especialista. 

Como os pais podem incentivar e aumentar o contato dos filhos com a arte?

Duique explica que crianças são espontaneamente artísticas, mas, muitas vezes, os adultos as afastam deste envolvimento em prol de atividades que consideram mais “úteis” ou “produtivas”.

“As artes são mais que mero passatempo ou ‘inutilidade’ quando comparadas a outras atividades ou áreas do saber, quando sua essencial função é a formação humanista em toda sua potencialidade tão cara à sociedade e à história”, completa. 

Para incentivar esse contato desde cedo, Duique faz algumas recomendações: 

  • o fornecimento de materiais e instrumentos artísticos diversos e de qualidade complementando a variedade de brinquedos ou materiais escolares disponíveis à criança
  • o engajamento dos pais em exercícios artísticos como parte da rotina de lazer familiar
  • a visitação de eventos artísticos apropriados a idade como exposições interativas, peças de teatro infanto-juvenis, espetáculos diversos como os circenses, musicais e em novas mídias
  • o apontamento da presença da arte no cotidiano das crianças como em videogames, filmes e memes de modo a desmistificar a ideia da arte como algo tradicional ou distante
  • o respeito ao tempo da criança para que esta não seja forçada a práticas artísticas que não a interessam o que pode provocar o efeito oposto ao envolvimento desejado.

“Por fim, costumo dizer que as artes e atividades criativas são em parte como os esportes e atividades físicas: fazem bem em qualquer quantidade, mesmo que mínima. Não cobre das crianças em demasia, pois o objetivo nem sempre é a profissionalização ou sucesso. O simples fazer já tem seu sentido”, diz Duique.

O impacto da arte no aprendizado e no desenvolvimento

Além das habilidades já mencionadas, as artes contribuem para os aprendizados nas mais diversas áreas do conhecimento, como Linguagens, fazem parte do repertório das Ciências Humanas e da Natureza, dialogam com a linguagem escrita, matemática, literatura e outras, e ainda ajudam a formar cidadãos mais críticos e pessoas mais empáticas e sensíveis.

Além disso, Duique destaca que a atual BNCC (Base Nacional Comum Curricular) pontua o processo criativo nas Competências Gerais e nos Eixos Estruturantes e, consequentemente, exames como o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e principais vestibulares dão atualmente um grande destaque às Artes. “Conhecê-las bem é fundamental para a progressão escolar e acesso futuro ao ensino superior”, afirma Duique.

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