A metodologia ajuda os estudantes no desenvolvimento de uma série de habilidades socioemocionais, como o autoconhecimento
Uma prática comum entre as atividades escolares é a autoavaliação. Nesse método, o estudante avalia seu próprio desempenho em uma prova individual, trabalhos em grupo ou projetos. São diversos os benefícios para o aprendizado como um todo.
Segundo José Manuel Martins, autor de Ciências da Natureza do Sistema Anglo de Ensino, um dos principais papeis da autoavaliação é a responsabilidade que o aluno acaba adquirindo ao se avaliar e perceber o seu desempenho. A autoavaliação ajuda a desenvolver competências, muitas delas ligadas principalmente às habilidades socioemocionais. O especialista destaca a melhora na percepção social, na autorregulação, no autoconhecimento e no relacionamento com os pares.
A partir da autoavaliação o aluno também consegue perceber os seus pontos fracos e fortes e ainda refletir sobre os erros que cometeu, de forma que ele enxergue nesses erros uma oportunidade de aprender. “É importante também reforçar que a autoavaliação faz parte da avaliação formativa, por isso, não deve ser a única forma de se avaliar uma determinada sequência didática”, completa Martins.
E se a autoavaliação ocorrer para um trabalho em grupo, os benefícios são ainda maiores. “No trabalho em grupo, eles precisam desenvolver colaboração, comunicação e gestão em relação a conflitos, por exemplo. E verificar como ele trabalhou essas habilidades durante a autoavaliação vai ser uma possibilidade muito grande de desenvolvê-las ainda mais, pois haverá uma reflexão sobre o seu trabalho.”
Mas o autor alerta que é preciso ter certos cuidados, porque alguns alunos podem não estar maduros o suficiente lidar com a autoavaliação da maneira correta. “Para o jovem, pode ser um simples instrumento que vai se refletir em uma nota final. O aluno vai apenas atrás de pontos e, dessa forma, burla o processo”, explica.
Para evitar essa situação, uma possibilidade é a coavaliação. Nesse formato, o aluno dá uma nota para si mesmo, mas ela será somada à nota do professor. Com isso, a pontuação final fica mais equilibrada, caso o aluno tente se aproveitar da metodologia ou até se ele for muito exigente consigo mesmo, e ainda permite que o estudante tenha um olhar mais crítico sobre a percepção de seu trabalho ao compará-la com a do docente.