Quando os desafios e metas são irreais acabam desmotivando os jovens e gerando frustração
No início do ano, muitos alunos fazem uma série de metas de estudo, muitas vezes, mirabolantes. Mas qual é a melhor forma de se planejar de uma maneira mais “realista”? Segundo Samara Nabuco, psicóloga do Serviço de Atendimento Psicológico do Curso Anglo (SAP), é importante ater-se ao calendário do período letivo e as principais atividades acadêmicas do período (datas de provas, entregas de trabalhos, quais serão as matérias cursadas, períodos de aulas e outras atividades).
Outro ponto a ser levado em conta é a definição de quais são as prioridades de estudo. Analisar o próprio histórico e verificar o que tem ido bem e o que demandará mais atenção, por exemplo, são práticas que auxiliam no estabelecimento de objetivos importantes para serem realizados.
“É importante, primeiramente, definir quais são esses objetivos propostos, especificando o que espera ser alcançado a cada momento a depender dos marcos (como entregas e avaliações) e definindo micro tarefas. Em seguida, analisar a quantidade de tempo necessária para cada etapa, estabelecendo prazos (em curto, médio e longo prazo)”, orienta Samara. Ou seja, os pontos fundamentais são: definir o que será estudado e depois em que momento se estudará o quê.
O estudante também deve se atentar para não ser irreal quanto às medidas do quanto pode ser realizado e de quanto tempo é necessário em cada parte do processo, uma vez que isso depende da avaliação pessoal, que em alguns casos não necessariamente pode ser a mais acertada/realista. E, por essa razão, para ser mais realista é preciso levar em consideração os imprevistos que podem aparecer e construir um planejamento equilibrado e passível de ajustes.
Afinal, por que criar metas absurdas pode ser prejudicial?
Os desafios pessoais, quando baseados em termos concretos, podem motivar. Por outro lado, quando os desafios são irreais podem desmotivar e levar à frustração.
“Colocar os parâmetros acima do que se consegue realizar de fato desmotiva por não levar em conta o potencial do que se pode executar. Isso depende também dos fatores que podem influenciar a realização das ações – como a época do ano escolar (proximidade do período de provas ou não, por exemplo), a disposição/o cansaço no momento em questão e a quantidade de imprevistos que vão surgindo. Não levar em consideração todos esses fatores pode acabar gerando um sentimento de frustração por avaliar apenas a um aspecto que é o da capacidade pessoal”, diz a especialista. Por esse motivo, o estabelecimento de desafios pessoais que sejam alcançáveis e plausíveis pode ser motivador. Esse realismo auxilia a não desanimar e, consequentemente, pode evitar desistências durante o percurso.