Fazer a tarefa no lugar do estudante impede etapas importantes do aprendizado
Quando o assunto é a lição de casa, muitas crianças e adolescentes enrolam para começar a atividade, ou recorrem rapidamente à ajuda dos pais. Essas tarefas são importantes, pois exigem que o estudante coloque em prática o que foi visto em sala, resolvendo exercícios, por exemplo.
De fato, os pais podem ajudar e fornecer um apoio aos filhos, mas nunca dar a resposta pronta, ou fazer a tarefa pelo estudante.
Qual a diferença entre ajudar e fazer pelo filho?
“Ajudar é incentivar o filho a fazer a tarefa e acompanhar o que acontece na escola, não só em relação à tarefa, mas a outras atividades”, explica Leila Rensi, autora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental do Sistema Anglo. “Fazer pelo filho é simplesmente resolver por ele, o que é péssimo porque tira autonomia do estudante e, ainda, ensina o autoengano e o engano a outras pessoas.”
Logo, quando o pai faz a atividade pelo estudante, sem dar espaço para que ele desenvolva a dúvida e resolva sozinho, uma etapa importante do aprendizado deixa de acontecer. A criança ou adolescente se engana, por achar que conseguiu concluir aquela tarefa, e engana o professor também, que não teve acesso ou conhecimento da dúvida do aluno.
“Por isso, os pais não devem fazer a tarefa pelo filho, até porque a escola de hoje não é exatamente a escola que os pais fizeram e pode haver conflito entre a explicação dos responsáveis, que muitas vezes é desatualizada, e a explicação da escola”, destaca a profissional.
As consequências quando os pais tentam encurtar o caminho e dar a resposta
Segundo a autora, essa ação pode criar conflito, não só entre a explicação do professor e a explicação dos pais, como também criar um conflito na cabeça do estudante. Isso porque ele pode pensar “mas quem está certo, afinal?”. Assim, existe o risco de distorcer ou comparar as autoridades que, na realidade, atuam em campos separados.
“Os pais precisam ter consciência do que significa ajudar o filho com a lição de casa: não é fazer pelo filho, mas pegar na mão da criança e ajudá-la a ter autonomia para perceber o que não entendeu e fazer o caminho certo para resolver. Isso se faz com dicas e não com respostas prontas.”