Qual é a melhor forma de equilibrar o estudo da parte teórica com os exercícios?

*Artigo de Antonio Carlos Rosso Junior, autor do Sistema Anglo de Ensino

Uma das grandes discussões no campo do ensino é sobre qual o equilíbrio ideal entre teoria e prática. O que fazer mais? Estudar muito a teoria de algo ou fazer muitos exercícios? Em que ordem devo fazer isso: primeiro a teoria e depois os exercícios, ou existe outra sequência melhor?

Essas são apenas algumas das dúvidas que temos quando vamos estudar algo. Nesse momento, começamos a ouvir os mais variados conselhos:

  • “Não adianta fazer exercício se não sabe a teoria”;
  • “Quem sabe a teoria ‘de verdade’ consegue fazer os exercícios”;
  • “Você só aprende fazendo exercícios”.

Você possivelmente já ouviu receitas prontas com o “segredo do sucesso”.

  • “Deixe X% do tempo para estudar a teoria, Y% para fazer exercícios e o resto para revisões”.

Vamos lá, se alguma desses conselhos ou receitas nos dessem a estratégia ideal, teríamos um método para acertar todas as questões de uma prova.

Mas o que vemos é que muitas pessoas não se encaixam nessas “casinhas” e sentem-se frustradas com conselhos que muitas vezes são conflitantes e voltamos a uma pergunta diretamente ligada do título deste post.

Afinal como equilibrar o estudo da parte teórica com exercícios?

A resposta, em minha opinião, é ao mesmo tempo tranquilizadora e angustiante: DEPENDE!

Se é que existe um segredo, ele é: encontre equilíbrio, mas não um único equilíbrio e sim um para cada disciplina.

Certamente teoria sem prática não se sustenta em um processo seletivo, mas do mesmo modo, prática sem teoria também não!

Para encontramos nosso equilíbrio você pode responder duas perguntas e fazer uma autoavaliação.

  • Qual é a característica da disciplina que vou estudar?
  • Qual é minha aptidão e meu interesse por uma determinada disciplina?

Nessa autoavaliação que deve ser periódica, você não tem a necessidade de respostas absolutamente precisas, mas sim que norteiem suas escolhas e, consequentemente o seu equilíbrio.

Vamos deixar aqui algumas sugestões para você ficar mais próximo de encontrar seu equilíbrio.

Qual é a característica da disciplina que vou estudar?

Existem disciplinas em que a prática é o principal diferencial, isto é, ao fazer muitos exercícios você aumente a possibilidade de encontrar na prova algo parecido com o que você já fez. Neste caso um estudo mais breve da teoria e deixá-la por perto ao fazer exercícios é melhor. 

Já em outras disciplinas, apesar de resolver exercícios também ser importante, é fundamental o conhecimento teórico e ele pode ser transferido mais diretamente.

Experimente dividir o tempo de acordo com a importância que você atribuiu a cada aspecto. Caso não esteja seguro não tenha vergonha de pedir sugestões à colegas e professores.

Qual é minha aptidão e interesse por uma determinada disciplina?

Aptidão e interesse podem parecer a mesma coisa, mas não são! É possível uma pessoa ter grande interesse por um assunto, mas não ter uma habilidade natural com ele.

Assim essa pergunta é muito pessoal, pois o interesse afeta diretamente sua disposição a estudar uma teoria. Quanto maior o interesse, maior o desejo de estudar certo assunto.

Mas sua aptidão nesse mesmo assunto afeta a necessidade de fazer mais ou menos exercícios. Geralmente quanto maior a aptidão tendemos a gostar mais de estudá-lo e de fazer exercícios, pois sempre gostamos de fazer o que está em nossa zona de conforto.

Separe o tempo de acordo com a necessidade e não de acordo com suas vontades.

Note que a resposta para uma pessoa será completamente diferente da de outra pessoa em termos de quantidade de tempo dedicado a cada aspecto, mas geralmente estudar a teoria antes e em seguida fazer exercícios separando entre sessões de exercícios de desenvolvimento de habilidades (nos quais você pode ir consultando a teoria e outros exemplos e respostas) e exercícios de avaliação (nos quais você não deve consultar nada durante sua execução e corrigir eventuais erros ao final) tem se mostrado uma maneira eficiente para os processos seletivos atualmente aplicados no Brasil.

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