5 mitos sobre os cursos mais concorridos das universidades

É mesmo tão demorado terminar a faculdade de Engenharia? Preciso ser um gênio para passar em Medicina? Esses e outros mitos sobre faculdade desmistificados

É verdade que só faz Direito quem gosta de ler? Por que é tão difícil passar em Medicina em uma universidade pública? Existem muitos mitos que circulam o Ensino Superior, principalmente os cursos mais famosos e concorridos. Mas você sabe quais são mitos mesmo e quais têm um fundo de verdade?

Heitor Ribeiro, autor do Sistema Anglo de Ensino, desmistifica cinco dos principais mitos sobre faculdades de Direito, Engenharia e Medicina, entre outros cursos concorridos.

Para fazer Direito, é preciso gostar de ler

O aluno de Direito terá, inevitavelmente, muitas leituras obrigatórias. Independente de gostar ou não de ler, a faculdade vai exigir uma leitura técnica e, justamente por isso, o gosto pessoal acaba não tendo quase nenhum impacto. Isso porque serão leituras de estudo, não de prazer, elas entram na rotina de trabalho e de preparação.

Por isso, para ser um bom advogado, é importante entender que o aluno terá tantas leituras quanto em cursos como História, Economia e Administração. E mesmo depois de formado, ainda será necessário continuar lendo, sejam artigos, casos, atualizações de códigos penal e jurídico, e outras mudanças que exigem um estudo contínuo na atividade.

Logo, esse mito de que para fazer Direito, é preciso gostar de ler, cai por terra já que boa parte dos cursos de Ensino Superior terão uma alta carga de leitura, e isso não é exclusivo de um curso ou outro.

É quase impossível fazer Medicina em uma universidade pública

É mesmo difícil entrar em um curso de Medicina em instituições públicas, em grande parte por conta da relação desigual de candidatos-vaga. Isso porque a Medicina oferece: possibilidade de sucesso financeiro e um mercado de trabalho estável – o que atrai muitos estudantes.

Some a isso o fato de ser muito custoso montar uma faculdade de Medicina, por ser um curso que exige laboratórios, equipamentos, tem um tempo de formação mais longo. Em instituições privadas, esse preço é revertido nas mensalidades, e costuma ser mais alto do que o de outros cursos como Direito e Administração. Assim, muitos candidatos apenas aplicam para faculdades públicas, e nem tentam fazer o vestibular da privada por falta de condição financeira.

Nesse contexto, existe uma sobrecarga nas faculdades públicas, o que cria uma grande concentração na relação de candidato-vaga, logo, uma nota de corte muito elevada – o que faz com que seja tão difícil entrar.

É muito demorado, se não impossível, terminar a faculdade de Engenharia

Na verdade, o curso de Engenharia tem um tempo menor de duração do que a Medicina, por exemplo. Mas as matérias em cursos de Engenharia possuem provas e processos difíceis, para os quais os alunos podem não estar preparados, causando altas taxas de reprovaão e a necessidade de fazê-la de novo no semestre seguinte, o que atrasa a formatura.

Além disso, a maior parte dos cursos de Engenharia oferecem boas oportunidades de estágio, e mesmo de trabalhos remunerados, muito cedo. Quando o aluno começa a trabalhar e ganhar bem, mesmo não sendo formado ainda, ele acaba deixando a faculdade e os estudos em segundo plano e passa a se dedicar mais à carreira e ao trabalho.

Preciso ser bom em matemática até para prestar um curso de Humanas

É importante que o aluno entenda que, para entrar num curso de Humanas, terá de passar em todas as matérias do vestibular, e isso também vale para estudantes que desejam outras áreas, como Exatas ou Biológicas.

Seja pelo Enem, seja pelo vestibular tradicional, a matemática é uma das matérias obrigatórias no Ensino Médio, e será cobrada no processo seletivo para ingressar em uma boa universidade. Além da carreira acadêmica,  a matemática pode ser aplicada em muitas carreiras, mesmo as que estão vinculadas ao aspecto das Humanidades. É importante que o aluno aprenda a dominar operações e cálculos para o restante da vida.

Um diploma de faculdade particular não vale o mesmo que o de uma pública

Esse argumento é falso, além de ser muitas vezes vinculado a um preconceito existente contra faculdades privadas. O que define a qualidade de um profissional formado é a qualidade do curso que estudou, da infraestrutura da universidade e de professores qualificados com um currículo sólido.

A preocupação com a instituição de Ensino Superior não deve ser se ela é pública ou privada, mas se ela apresenta as condições necessárias para uma boa formação.

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