Equilíbrio no trabalho: por que a saúde mental dos professores também deve estar em dia?

Entenda como a instituição de ensino pode proteger e contribuir para o equilíbrio socioemocional dos docentes

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define “saúde mental” como um estado de bem-estar no qual uma pessoa é capaz de apreciar a vida, trabalhar e contribuir para o meio em que vive ao mesmo tempo em que administra suas próprias emoções. Isto significa administrar sentimentos, sejam eles positivos ou negativos. Por essa definição, Rosane Maria de Faria, autora do Sistema Anglo de Ensino, afirma que um professor que tem tempo para apreciar as coisas boas da vida,  tem tenpo para o lazer e para a família e pratica exercícios físicos, com certeza, é mais focado e equilibrado em seu dia a dia.

Esse conjunto de atividades permite um trabalho mais assertivo para os educadores, permitindo, inclusive, que eles possanm observar  melhor os alunos que necessitam de mais apoio, tanto no aspecto cognitivo quanto no emocional. Rosane também defende que a saúde mental é um fator decisivo para garantir a qualidade do trabalho e estudo, além da capacidade de dedicação e foco nas necessidades.

Como cuidar da saúde mental dos professores

O professor enfrenta diversos desafios para poder manter um equilíbrio saudável entre sua vida profissional e pessoal, convivem, por exemplo, com diferentes tipos de alunos, com dificuldades específicas ligadas à saúde mental e limites de aprendizado, além das diversas situações que vivenciam em uma sala de aula. Além disso, o surgimento de novas tecnologias e metodologias de forma tão rápida também pode ser um grande desafio para alguns educadores, assim como as mudanças constantes na educação e as incertezas do mundo contemporâneo.  A educadora afirma  ainda que a desvalorização da profissão também é um dos fatores mais difíceis para os profissionais da área da educação.

Diante de todo esse cenário,  existem pontos básicos a serem observados e colocados em prática, visando evitar o esgotamento profissional e ter uma vida pessoal mais saudável. Por exemplo, manter o foco somente no que estiver fazendo naquele momento, evitando começar e não terminar várias tarefas no dia. Entre uma tarefa e outra também é importante separar um tempo, mesmo que pequeno, várias vezes ao dia, para cuidar de si: tomar um café, levantar da cadeira etc – ou seja, atividades simples apenas para “dar um tempinho”.  “É preciso tomar cuidado com perfeccionismo. Ele desgasta muito, pois a carga de energia é toda direcionada para o melhor sempre, o que também pode levar à procrastinação e a atrasos pois a pessoa está sempre querendo melhorar algo.” explica Rosana.

A autora do Sistema Anglo de Ensino também reforça a importância de aprender a delegar tarefas e permitir que outras pessoas façam o trabalho, mesmo sem ter o resultado que julga perfeito, além de aprender a dizer não e fazer o que é possível e o que é seu. “Muitas pessoas absorvem o que deveria ser função de outras por não saberem colocar limites em suas próprias ações e execuções.”

A escola e a família nessa equação

O apoio tanto da instituição de ensino quanto das famílias de estudantes é fundamental para a manutenção da saúde emocional dos professores. Quando o professor sente que tem esse apoio, ele se torna mais motivado, sente-se respeitado, cria vínculo com a instituição e melhora a qualidade de suas aulas e a maneira como observa seus alunos e suas necessidades.

É uma ilusão acreditar que dedicação exclusiva a uma só situação, trabalho, por exemplo, pode trazer completude na vida. Cuidar da saúde física e mental inclui ter momentos de lazer, alimentação equilibrada e praticar exercícios. Em casos mais extremos, em que o educador perceba que não está bem e que está começando a adoecer, seja física ou psicologicamente, é recomendado procurar ajuda de profissionais especializados.

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