Autonomia nos estudos: como ajudar os filhos nessa jornada?

Veja a importância de incentivar responsabilidade e disciplina na vida acadêmica

O desenvolvimento da autonomia nos estudos é uma longa jornada, tanto para a criança como para os pais, por envolver estratégias com altos níveis de comunicação e a exigência de amadurecimento, para assim conquistar a independência acadêmica. Nos primeiros anos, esse aluno precisa de estrutura e regras: os pais organizam o cenário e ele aprende a aprender.

Segundo Maria Célia Assumpção, autora do Sistema Anglo de Ensino, existem diversas estratégias que os pais podem incluir no dia a dia de seus filhos para conduzi-los ao desenvolvimento de habilidades e de disciplina para o aprendizado. Neste texto, ela explica como funcionam essas estratégias e como dar o suporte necessário às crianças para que desenvolvam a autonomia nos estudos.

Como criar um ambiente de estudos propício

Maria Célia aponta que um ambiente apropriado para estudos é essencial e deve ser um local tranquilo e organizado, com apenas os recursos necessários em mãos e sem distrações. Neste lugar, será desenvolvida uma rotina de estudos ao mesmo tempo estruturada e flexível – ou seja, com horários definidos, mas com liberdade suficiente para que, se o período escolar ou mesmo ambiente familiar exigirem, possam ser mudados. “Sempre explicando à criança as razões que motivaram tal medida”, acrescenta.

Além disso, durante o início do “aprender a estudar”, os pais devem acompanhar as atividades das crianças, oferecendo suporte e mostrando interesse e orgulho diante de suas produções e êxitos. Isso são formas de desenvolver uma relação afetiva com o filho, valorizando o conhecimento que está sendo adquirido e criando motivação para que ele aprenda ainda mais.

Enquanto acompanha as sessões de estudo e lição de casa, é importante manter em mente que existem diversos estilos de aprendizagem, todos válidos e representando diversas formas de introduzir a criança ao mundo do conhecimento. O suporte aos materiais da escola pode vir em formato de livros, áudios, vídeos, animações, visitas a museus ou locais de relação com o que está sendo ensinado na escola. A autonomia para buscar novas fontes de conhecimento e de aprendizado vem dessas atitudes dos pais.

Os caminhos do conhecimento

“Encontrar os pontos fortes da criança, orientá-la e estimulá-la a realizar algo que sabe fazer excepcionalmente bem e para o qual já demonstra talento é uma forma de criar motivação para o aprendizado contínuo”, explica Maria Célia, ressaltando, porém, que isso não inviabiliza a necessidade de realizar e obter um resultado um pouco menos satisfatório em alguma tarefa na qual não é especialmente talentosa.

Não obter bons resultados logo de cara ajuda a enfrentar desafios e exigências, pois o aluno nunca será bom em tudo, especialmente de primeira e sem cometer erros no início. Isso pode ser frustrante, justamente porque o conhecimento, na era de tecnologia e de informação na ponta dos dedos, passa de um fim em si para um recurso, um meio para atingir um resultado específico. Saber não será o suficiente, é preciso produzir algo com todo esse conhecimento, e o fazer de modo bem feito.

Após a jornada do “aprender a aprender”, Maria Célia afirma que o esperado do aluno que termina o Ensino Médio é que ele tenha pleno domínio de seu idioma, tanto na leitura como na escrita e no discurso oral, além de um alto desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, tecnológico e de pesquisa. “Ao falar sobre pesquisa, teremos que reconhecer que ela gera informações, não conhecimento. Cabe ao aluno se organizar para aplicar essas informações e obter resultados.”

A “semente” da vontade de aprender e de buscar conhecimento deve ser plantada pelos pais, desde cedo, demonstrando sempre interesse naquilo que os filhos estão estudando e o que gostam e desejam saber mais.

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