Pais devem monitorar e orientar o uso de telas e conversar sobre os perigos da internet e as responsabilidades do mundo digital
Em 2023, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua sobre Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad/TIC) revelou que 91,2% das crianças entre 10 e 13 anos de idade usam a internet diariamente, para acessar redes sociais ou para jogar. Em meio a todas as possibilidades que os dispositivos oferecem e a grande carga de informações que as crianças recebem, é importante que os pais mostrem que também é possível aprender por meio dos celulares e computadores.
“É preciso mostrar que existem sites confiáveis para pesquisas, que as crianças podem conhecer os animais que vivem no deserto ou mesmo fazer um tour virtual em um museu. Com orientação, podemos ensinar que a tecnologia pode estar a nosso favor, nos ajudando a conhecer e a entender o mundo”, diz Priscila Wuó, Orientadora Educacional do Anglo.
O lado positivo da tecnologia
A tecnologia trouxe uma possibilidade de adquirir conhecimentos que nunca existiu antes. Quando o recurso tecnológico é utilizado com intencionalidade, para fazer uma pesquisa, por exemplo, isso ensina às crianças que é uma forma de aprender e saber mais sobre o que ela quiser. Esse tipo de ação também permite o desenvolvimento de habilidades como memória, curiosidade e consciência sociocultural.
Como as crianças estão em constante desenvolvimento, Priscila explica que elas precisam ser guiadas e orientadas por adultos em relação ao que é certo e ao que é melhor para suas vidas dentro do contexto em que estão inseridas. Em relação à vida digital, isso não seria diferente.
“Elas não têm noção dos riscos que correm ao entrarem em sites inapropriados, conversarem com estranhos na internet ou ficarem horas a fio na frente de telas”.
Crianças e adolescentes que conversam com os pais sobre a internet passam a compreender a diferença entre a vida real e a vida dentro do celular e podem, assim, desenvolver uma inteligência emocional digital. “Esse discernimento possibilita que eles entendam que o que eles veem nas redes sociais não condiz necessariamente com a realidade”, destaca Priscila.
Controle parental e cuidados
Além de falar sobre os perigos da internet e as responsabilidades no mundo digital, cabe aos pais monitorarem o uso dos dispositivos pelos seus filhos. A melhor maneira, segundo Priscila, é por meio de aplicativos e softwares que foram desenvolvidos para o controle parental.
Para o caso de crianças pequenas que já possuem acesso aos eletrônicos, o uso dessas ferramentas é fundamental para que os pais consigam acompanhar o que os filhos estão assistindo, jogando e com quem estão conversando, além de poderem restringir o acesso a conteúdos inadequados para a idade.
Nesses aplicativos, a conta do filho fica vinculada a dos pais e, dessa forma, eles têm acesso a tudo o que é feito no celular da criança, além de poderem limitar o tempo que o aparelho estará liberado para uso. Isso é extremamente importante, já que o tempo recomendado de tela varia de acordo com a idade. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) define o limite ideal do screen time para cada faixa etária:
Menores de 2 anos: nenhum contato com telas ou videogames;
Dos 2 aos 5 anos: até uma hora por dia;
Dos 6 aos 10 anos: entre uma e duas horas por dia;
Dos 11 aos 18 anos: entre duas e três horas por dia.
“É essencial também que os pais ajudem seus filhos a entender que o controle parental é uma forma de cuidado”, finaliza Priscila.