Entenda a importância e confira estratégias para criar limites entre as demandas do trabalho e as necessidades pessoais
A profissão de professor, fundamental para a formação das novas gerações e para o desenvolvimento da sociedade, também é marcada, muitas vezes, pelo excesso de trabalho e pela forte carga emocional que a função demanda.
A pesquisa “Trabalho e saúde dos professores – Precarização, adoecimento e caminhos para a Mudança, realizada pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), apontou que os docentes, seja na rede pública ou na privada, sofrem de um mesmo conjunto de transtornos ou doenças, em que há predomínio de distúrbios mentais, como síndrome de burnout, estresse e depressão.
Nesse contexto, encontrar equilíbrio entre o tempo gasto com tarefas profissionais e a vida pessoal é essencial para evitar questões como essas.
A importância de equilibrar as duas áreas
Madson Molina, professor, autor e coordenador do Anglo Vestibulares, considera que o primeiro ponto importante é lembrar que a vida é única. “Se a gente pensa no tempo, cada dia tem 24 horas, e esse intervalo tem que ser inevitavelmente distribuído entre as nossas necessidades”.
De acordo com ele, existem as necessidades básicas e as necessidades de pertencimento. As primeiras estão relacionadas à saúde, alimentação, segurança, habitação, entre outras demandas relacionadas ao trabalho e à remuneração. Já as seguintes estão associadas à família, seja a original — dos pais, irmãos, primos, tios etc. — ou a constituída — dos parceiros e dos filhos.
“A gente precisa sobreviver fisiologicamente, mas também mental e psicologicamente”, diz Molina. “Qualquer assimetria para um lado ou para o outro é extremamente negativa”. Se a pessoa só der atenção às necessidades pessoais, eventualmente não terá nenhuma base para as fisiológicas. Se ela atender somente às demandas de trabalho, não terá uma saúde mental de suporte ou uma rede de apoio, acolhimento e carinho quando precisar.
Estratégias para conquistar e manter o equilíbrio
Uma das sugestões do professor é lembrar dos valores que as duas áreas trazem para a vida. Ele cita a pirâmide de Maslow como um bom exemplo disso. Trata-se de uma hierarquia de necessidades, divididas nas seguintes categorias: fisiologia, segurança, relacionamento, estima e realização pessoal.
“Na base da pirâmide, estão as necessidades básicas, o que ele chama de necessidades fisiológicas. No topo da pirâmide, estão as necessidades de reconhecimento e de pertencimento”, explica Molina. “Eu entendo como uma boa estratégia olhar com muita atenção e constantemente lembrar dos valores dessas duas nuances”.
Outra ação prática sugerida é o cultivo de vitórias. “Ao celebrar conquistas, independentemente do contexto de trabalho ou da família, você também consegue evidenciar a importância de cada um desses pontos”, afirma o especialista.