Estudantes podem explorar carreiras interdisciplinares, participar de projetos específicos e articular áreas de conhecimento distintas
Durante a jornada escolar, principalmente ao longo do ensino médio, é comum os alunos desenvolverem múltiplas paixões e interesses, o que pode representar um desafio na hora de escolher o curso superior.
“Ao explorarem uma variedade de disciplinas, eles fazem muitas descobertas, e isso naturalmente encanta os estudantes entusiasmados em aprender e descobrir coisas novas”, diz Heitor Ribeiro, coordenador do Curso Anglo. Segundo ele, o aluno não precisa estranhar ou ter medo desse processo, pois essas experiências tendem a se conectarem e se entrelaçarem naturalmente.
Autoconhecimento e escolha de carreira
O estudante pode explorar diversos interesses ao optar por uma carreira, mas é importante distinguir as paixões e interesses da escolha profissional. “São duas coisas que podem dialogar, mas não é uma regra”, salienta o coordenador.
“Você pode se interessar por algo sem necessariamente querer trabalhar nesse campo específico, e isso é perfeitamente normal. O ideal é encontrar uma área de trabalho que lhe agrade e ter afinidade com o que você está fazendo”, acrescenta.
Outro ponto destacado por Heitor é o aluno buscar o autoconhecimento para entender que a definição da carreira envolve muitas coisas, como seus gostos, inclinações profissionais e habilidades pessoais, e como ele imagina integrar esses aspectos no mercado de trabalho.
“Um cuidado que o estudante precisa tomar é não fazer uma escolha muito passional. Quando ele está pensando no curso superior e na carreira, ele tem que olhar o cenário como um todo”, ressalta.
Mercado de trabalho multidisciplinar
Conforme o coordenador, o mercado de trabalho está evoluindo para incluir cada vez mais carreiras transversais. Mesmo nas áreas tradicionais, ocorre uma expansão de temas e métodos de trabalho.
“A ideia do conhecimento estritamente especializado, como era visto em tempos passados, está sendo abandonada. Hoje, o mercado demanda profissionais polivalentes que possam integrar múltiplas habilidades em suas carreiras”, explica.
Um exemplo são os professores de educação física, inicialmente formados e com carreiras na área de saúde que, posteriormente, especializam-se em psicologia do esporte para trabalhar com atletas profissionais. E isso acontece em várias outras profissões, como na engenharia — caso dos engenheiros ambientais, físicos e biomédicos — e no direito — o direito digital, por exemplo.
“Os alunos têm a oportunidade de explorar carreiras interdisciplinares, participar de projetos paralelos e integrar áreas de conhecimentos distintos para criar coisas novas”, aponta.
Identificação de prioridades
Para Heitor, o estudante que busca integrar múltiplos interesses na vida profissional precisa estar atento a dois pontos. Primeiramente, é essencial que o aluno não perca o foco. Ele precisa entender que, apesar de possuir diversas inclinações, é preciso escolher uma carreira na qual possa se desenvolver e trabalhar efetivamente.
O segundo ponto é que mesmo com a crescente interdisciplinaridade no mercado de trabalho atual, ainda será necessário fazer escolhas. Para isso, é preciso desenvolver o autoconhecimento para identificar suas prioridades com clareza.
“É importante entender que, mesmo com carreiras mais integradas, não será possível realizar todas as paixões profissionais ao mesmo tempo. Em algum momento, será necessário priorizar e entender do que está disposto a abdicar”, finaliza o coordenador.