Todas as disciplinas são perspectivas que convergem para a chamada Educação Básica. Conforme os conteúdos avançam, eles ficam cada vez mais específicos, e o estudante passa para o Ensino Superior escolhendo carreiras em algum desses caminhos. Entretanto, o aluno deve perceber que a educação se trata de um conhecimento de convergente e é justamente isso que professores do Colégio Anglo Cidade de Itu (SP) vêm desenvolvendo em sala de aula.
Partindo do material didático do Sistema Anglo de Ensino, os professores ocuparam o anfiteatro do colégio para desenvolver aulas interdisciplinares para alunos do Ensino Médio e Pré-Vestibular.
“Voltamos a realizar estas aulas praticamente nos mesmos moldes que seguíamos nos primeiros anos das provas do Enem: os assuntos eram organizados com os temas mais discutidos durante aquele ano e a partir deles, professores reuniam-se e organizavam as aulas”, conta Rosane Maria Moraes, coordenadora da Educação Infantil e dos Ensinos Fundamental I e Médio do colégio.
Que tal aproximar, por exemplo, xadrez para comentar Idade Média, Guerra Fria e metabolismo celular? Para tratar de História, é sempre bom ter em mente os contextos. Os jogos de tabuleiro têm o seu momento de origem e disseminação. Apesar da história do xadrez partir da Ásia, teve grande repercussão pelos vários continentes ao longo dos quinze primeiros séculos da Era Comum.
“Na Idade Média, o xadrez foi usado para expor estratégias para guerras e as diferentes peças – o peão, o bispo, a rainha, o rei – revelam as nuances da sociedade estamental da época”, conta o professor Carlos Augusto “Cacá” Valio, professor de História. Durante a aula, o professor dá um salto para o século XX e comenta a rivalidade entre EUA e URSS. Se nas telonas era Rocky Balboa contra Ivan Drago, no ringue do xadrez enfrentavam-se o americano Bobby Fishcer e o ícone soviético Boris Spassky.
Além disso, ainda nesta aula, o professor de Matemática Igor Mesquiari trouxe a abordagem estratégica das Exatas para o jogo de tabuleiro, enquanto o professor João Baroni, de Biologia, apresentou o xadrez analogicamente aos processos de metabolismo celular, representando as trocas e transformações das substâncias.
No primeiro semestre, foram quatro aulas no total. Englobaram também Literatura e Geografia para comentar, em uma ocasião, a atualidade de “Frankenstein – O Prometeu Moderno”, livro de Mary Shelley publicado em 1818. Foi tratado o contexto de sua gênese, das suas qualidades como obra literária, mas também retomando seu mito primordial (o Prometeu da mitologia grega) e as discussões sobre Ética nas Ciências.
Em outra aula, os professores dirigiram-se ao espaço para comentar de nós mesmos, da nossa existência como planeta Terra e do nosso satélite, a Lua. Próximas ocasiões devem tratar sobre Paleontologia e o Sistema Nervoso.
“Ao evitar a segmentação do conhecimento, mostramos como o conteúdo de uma determinada disciplina pode ser aplicada em outra, valorizando a inteligência e a compreensão”, conclui Rosane.
Um belo trabalho da nossa equipe de altíssima qualidade!