Incertezas, aumento da exposição, excesso de trabalho e falta da sala de aula presencial são desafios enfrentados pelos docentes; assessora dá dicas de como lidar com o stress
Assim como os profissionais das mais diversas áreas, os professores também estão passando por todas as incertezas do período de pandemia e enfrentando desafios, como controlar o tempo de exposição às telas durante o ensino remoto e lidar com um menor feedback dos alunos e a falta da sala de aula no dia a dia.
“A distância do local de trabalho, o trânsito, o cansaço, a resistência e as barreiras do ensino presencial deram lugar ao aumento da exposição e da produção e a maior demanda por criatividade e pela atenção do professor no modo virtual. Na sala de aula física é mais fácil saber se o aluno está interessado ou com dificuldades e se está realmente aprendendo. Tudo isso gera insegurança, angústia e ansiedade. É preciso pensar no cuidado emocional desses profissionais”, diz Rosangela Zanesco, assessora pedagógica do Sistema Anglo.
Ela observa que o isolamento social potencializou alguns fatores que já aconteciam antes, como excesso de trabalho — agora na forma remota –, e a falta de tempo para o descanso e o lazer. Por outro lado, trouxe também aspectos positivos, como maior proximidade com os alunos e suas famílias, embora virtualmente, e o convívio mais intenso com a própria família. “É preciso dialogar, ser mais leve e dar mais risadas para diminuir o peso da situação que, por si só, gera um sentimento de impotência.”
A assessora dá algumas orientações e dicas que podem minimizar os sentimentos negativos e ajudar a manter a saúde mental nesses tempos:
– Evite jornadas muito longas de trabalho remoto. Ficar diante da tela por muitas horas pode causar cansaço excessivo, ressecamento ocular e dor de cabeça. Se for preciso, faça intervalos entre um período e outro.
– Pratique exercícios físicos, se possível, em família. Essas atividades trazem inúmeros benefícios para a saúde e a qualidade de vida. Quem já fazia algum tipo de atividade deve continuar seus treinos e quem não praticava pode começar adaptando-se ao espaço de sua casa. Há vários tutoriais na internet que dão sugestões de atividades.
– Faça reuniões virtuais para ter momentos de lazer com familiares, amigos e colegas de trabalho. Conversar sobre diversos assuntos e planejar o que fazer quando tudo isso passar são maneiras de manter a saúde mental em dia.
– Valorize o trabalho em equipe, inclusive em casa. Ele é essencial para resultados positivos, pois estimula a comunicação e o bom relacionamento.
– Pense em como inovar e trazer soluções, não só para o trabalho, mas para as atividades em família também. Inovar é mudar algo que já existia, de forma criativa e positiva.
– Procure não lamentar as mudanças. Busque entendê-las e se adaptar a elas. Quem só reclama faz vítimas (colegas, marido, esposa, filhos) que acabam sofrendo diante do negativismo.
– Busque novos conhecimentos por meio da leitura e da pesquisa. Reserve um tempo para estudar e se planejar. A atualização é importante, já que as gerações não são as mesmas e os nativos digitais exigem mais conhecimentos.
– Inspire-se em pessoas de excelência profissional e pessoal. Energia, paixão, comprometimento e conexão é o que se espera de um professor de excelência. Siga o exemplo de pessoas com esse perfil.
Você também pode conferir as recomendações do Ministério da Saúde sobre depressão no link http://saude.gov.br/saude-de-a-z/depressao. No site, eles explicam os fatores de risco, principais sintomas, tratamentos e prevenção. Além disso, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece um serviço 24 horas por dia de apoio emocional e para prevenir casos de suicídio. Caso precise de ajuda ou conheça alguém que precise, ligue para o 188 ou acesse o site do CVV.