Pandemia transformou a relação entre educadores e pais, com colaboração e ajuda mútua em prol da formação das crianças; valorização do papel do professor é outro legado
O ano de 2020 trouxe muitos desafios para a educação, tanto para os professores quanto para as famílias. A adaptação à tecnologia proporcionou novas situações e experiências para todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem das crianças e transformou a relação entre pais e escola.
“As famílias, dentro das suas possibilidades, tentaram estar presentes, atuantes e participativas. Nesse percurso, muitas emoções foram se misturando, como medo, angústia, ansiedade e solidariedade, e tanto os pais quanto os educadores foram se adaptando”, afirma Rosane Faria, assessora pedagógica do Sistema Anglo.
Segundo ela, as famílias tiveram a oportunidade de conhecer melhor os professores e entender como eles atuam e a intensidade do seu trabalho com os estudantes. A valorização do papel do educar também aumentou à medida em que os pais tiveram que auxiliar os filhos de forma mais efetiva nas atividades escolares. “Os pais ou responsáveis dos alunos menores precisaram ter uma dedicação e participação maior e mais detalhada ao lado dos filhos. Já os pais dos alunos mais velhos tentaram dar autonomia e, ao mesmo tempo, ajudá-los também.”
Diante desses e de outros desafios, professores e responsáveis precisaram se unir e se reinventar, criando novas situações de rotina e de auxílio mútuo, modificando a relação que tinham. Como resultado, ficaram mais próximos e mais colaborativos. “Muitos que não participavam da vida escolar dos filhos antes da pandemia hoje mostram um interesse muito maior e uma preocupação mais efetiva com resultados.”
Para a assessora, no retorno às aulas presenciais, o relacionamento entre responsáveis e professores será outro. “O desafio continua grande, mas escola e família nunca estiveram tão juntas em prol dos alunos. A quarentena deixou claro a necessidade dessa união em torno de uma mesma meta, que é a educação das crianças. Com certeza, o aprofundamento dessa relação poderá ser um dos legados pós Covid-19.”