Rotina de estudo deve ser compatível com a realidade do aluno e ter espaço para mudanças

Um primeiro passo é definir um determinado número de horas por dia para as lições essenciais, considerando o tempo que se tem disponível; ajustes podem e devem acontecer

Início de ano é sempre uma boa época para planejar a rotina de estudo. Mas, tão importante quanto um bom planejamento, que muitas vezes pode ser ambicioso, é elaborar uma agenda possível, sabendo que a programação estabelecida pode e deve sofrer alterações para que possa ser cumprida.

“Não adianta fazer um planejamento impossível para abandoná-lo depois de algumas semanas. Muitas vezes, o aluno começa o ano extremamente engajado e envolvido com a meta de estudo que ele se colocou — fazer todas as lições e, no caso do Anglo, tarefa mínima, complementar e desafio de cada uma das disciplinas. O problema é que esse estudante, especialmente se for do 1o ano do Ensino Médio, pode não dar conta dessa sobrecarga, ficar desestimulado e desistir”, diz Henrique Braga, autor de português e coordenador pedagógico do Ensino Médio do Sistema Anglo.

Ele recomenda definir, em primeiro lugar, uma rotina com um determinado número de horas por dia e por semana que seja suficiente para fazer as lições essenciais. O aluno deve estabelecer isso considerando muito mais o tempo que tem disponível do que outro parâmetro que não possa controlar. “Uma tarefa desafio de física para um estudante que tem mais facilidade com humanas ou uma tarefa desafio de geografia para um que tem mais facilidade com matemática pode ser de fato um desafio para o qual ele precisa se preparar mais e necessita de mais tempo”, exemplifica.

De acordo com ele, saber dosar as coisas, saber o que deixar para depois e ter consciência de que isso é natural é um primeiro passo para, dentro daquele período de horas por semana, não entrar no desespero de não conseguir fazer tudo, mas ao mesmo tempo não deixar ao sabor do acaso. É importante, ainda, o aluno determinar de que horas até que horas vai acontecer o estudo e considerar as outras atividades que também vão exigir tempo — o horário de lazer com os amigos e os períodos dedicados a algum esporte ou curso livre, por exemplo.

Outro aspecto relevante, sempre que possível, é ampliar o tempo dedicado ao aprendizado para poder, entre outras coisas, estudar sobre a aula que já passou, se preparar para as próximas, praticar a aula invertida por conta própria, ler um pouco mais de teoria e fazer alguns exercícios para a aula seguinte. “Isso tudo vai fazer esse aprendizado ser mais efetivo.”

Braga observa que os alunos do Ensino Médio vão ganhando, progressivamente, mais consciência do quanto eles são responsáveis pelo seu próprio aprendizado, não sozinhos, mas em parceria com a escola, com os professores e com a família. “É a partir da atitude desse aluno que a aprendizagem dele de fato vai acontecer. E quando ele tem a maturidade de saber que ali adiante ele vai passar pelo Enem e pelos vestibulares, é muito comum que ele adote uma postura adequada de assumir a responsabilidade de ter uma rotina de estudos.”

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