Previstas na BNCC, essas competências mobilizam conhecimentos, práticas, atitudes e valores para promover o desenvolvimento integral dos estudantes
Em tempos de pandemia, as competências socioemocionais previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) podem ser importantes aliadas dos estudantes para lidar com as incertezas e os desafios que estamos enfrentando. Essas habilidades estão presentes em todas as 10 competências gerais da BNCC e compreendem, entre outras, comunicação, empatia, cooperação, responsabilidade e resiliência. O objetivo é mobilizar conhecimentos, práticas, atitudes e valores para resolver demandas da vida cotidiana e proporcionar o exercício da cidadania e o desenvolvimento integral dos estudantes.
“O texto da BNCC foi escrito muito antes do momento que estamos vivenciando, mas, de maneira atemporal, contempla necessidades muito atuais”, diz Lilian Vieira, assessora pedagógica do Sistema Anglo.
Entre as competências gerais da BNCC, a assessora destaca “Pensamento científico, crítico e criativo”. “Desenvolver essa habilidade proporciona ao educando a capacidade de analisar, avaliar e se posicionar diante de acontecimentos diários e escolher caminhos a serem trilhados com maior assertividade.”
Ela também ressalta que a BNCC já previa a necessidade de trazer a cultura digital para o processo pedagógico, habilidade que remete a novas possibilidades de levar significado para a aprendizagem. “A cultura digital em tempos de pandemia se torna o único caminho para que os alunos se mantenham estudando, e entendemos que esse novo olhar para a educação e, principalmente, para o futuro fortalece esse processo.”
Outra competência essencial, segundo ela, é “Trabalho e projeto de vida”, que considera as questões internas do indivíduo e como ele se relaciona com o outro. “Em tempos de tantas inovações, mudanças e desafios, o foco em determinadas questões, antes consideradas prioritárias, pode mudar. Com isso, os desejos, anseios e sonhos relacionados ao projeto de vida também podem se transformar, e somente um indivíduo capaz de olhar para si e compreender o contexto em que vive é capaz de obter melhores resultados.”
A assessora cita ainda a competência “Autoconhecimento e autocuidado”. “Sem essas duas habilidades, não conseguimos manter o equilíbrio. Precisamos nos conhecer para entender que nem todos os dias serão iguais. E devemos respeitar essas instabilidades e estar preparados para os altos e baixos e, dessa forma, contornar as situações apresentadas”. De acordo com ela, essa competência também mostra a importância de compreender que precisamos estar bem para ajudar o próximo. “Como numa viagem de avião, temos que primeiro nos socorrer e depois, se necessário, auxiliar as outras pessoas. O mesmo vale para este momento que estamos vivendo — cuidar dos outros, mas, prioritariamente, cuidar de nós mesmos.”
Para ela, após olhar para as competências socioemocionais, entendemos o quanto é fundamental considerar essas questões. “O educando é um ser em formação e o aprendizado está conectado ao todo. Nós somos indivíduos completos e complexos e, ao instrumentalizar os alunos com competências e habilidades, proporcionamos a eles a possibilidade de um desenvolvimento integral — intelectual, físico, emocional e social.”