Mediação do professor para os caminhos da aprendizagem

O papel do professor em sala de aula tem se modificado nos últimos anos. Isso, porque compreende-se que o antigo modelo de aulas, em que o aluno é apenas um agente passivo do aprendizado e o educador é o detentor de todo o conhecimento, não tem sido tão eficaz. Dados de evasão escolar e defasagem de conhecimento identificados em avaliações de larga escala, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), só comprovam que as práticas em sala de aula estão em descompasso com os interesses e as necessidades dos alunos. 

Nas novas metodologias de ensino, o protagonismo dos alunos é incentivado, a fim de estimular a independência e a proatividade dos discentes. Por outro lado, o professor torna-se mediador do conhecimento, ao propor caminhos de aprendizagem e sanar as dúvidas que surgem ao longo desses percursos. Mas afinal, como essa mediação deve ser feita na prática? Neste artigo, procuramos responder essa e outras perguntas sobre o assunto. Confira! 

Defasagens no modelo tradicional 

Conforme citado, O modelo tradicional de ensino tem se mostrado ineficiente para preparar os alunos nascidos no século XXI. Nesse modelo, o uso das tecnologias é pouco ou nada explorado. Repudia-se o uso do celular em sala de aula, e a utilizados recursos muito básicos para ampliar a experiência de aprendizagem. Aqui, precisamos entender que a inserção da tecnologia no dia a dia permite que os jovens tenham acesso a diversas informações na palma de suas mãos e em um único aparelho. Com isso, ao chegar na escola, as aulas expositivas que contam com o apoio apenas da lousa e do livro didático tornam-se maçantes e entediantes. 

Além disso, os alunos podem muitas vezes não compreender a relevância do conhecimento construído em sala de aula para sua vida. Isso fica claro quando consideramos que a maioria dos professores já ouviu a terrível pergunta “por que estou aprendendo isso?” ou “quando vou usar isso na vida?”, não é mesmo? Isso acontece porque os métodos atuais não convergem com os problemas mundiais e individuais dos alunos. 

O Ensino Médio é uma das etapas da Educação Básica mais preocupante. Estudos apontam que a qualidade do Ensino Médio brasileiro está estagnada há quase 10 anos. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), mais de 70% dos estudantes não sabem o suficiente de matemática e português ao fim do segmento. Além disso, 41% dos jovens abandonam a escola antes de se formar. Esses dados corroboram os altos índices de evasão escolar, os baixos níveis de aprendizagem e a desmotivação e o desinteresse dos jovens, os quais preocupam tanto a comunidade acadêmica. 

Em resumo, podemos dizer que o método de ensino tradicional, ainda predominante nas instituições de ensino, não considera a necessidade de trazer significado para os conhecimentos desenvolvidos. Por isso, o Novo Ensino Médio se fez tão importante e terá que ser implementado nas escolas até 2022.

Mediação do professor no dia a dia 

Como você pode ver, a Educação Básica no Brasil vem enfrentando problemas há alguns anos. Por isso, visando o melhor aproveitamento das aulas e a melhora no aprendizado dos alunos, novas metodologias surgiram. Nesse contexto, as metodologias ativas são as mais utilizadas e consistem em transformar o aluno em protagonista do seu processo de aprendizagem. Nelas, o professor torna-se mediador das práticas; ou seja, um guia até o conhecimento.  

Existem diversas formas de aplicar as metodologias ativas na sala de aula, e vamos abordar algumas delas a partir de agora: 

Ensino Híbrido 

O Ensino Híbrido trata da união do modelo tradicional de aulas, aquele que ocorre presencialmente nas escolas, com o modelo de ensino remoto, mais comum nas ofertas de Educação à Distância (EAD). Aqui, a tecnologia torna-se aliada do professor, facilitando o contato do aluno com o conhecimento. O uso de uma plataforma educacional proporciona novas experiências de aprendizado, permitindo que os discentes busquem fontes, informações e dados online. O objetivo pode ser, por exemplo, complementar ou aprofundar o que foi visto em sala de aula. 

Sala de aula invertida 

A sala de aula invertida, como o próprio nome diz, busca inverter o modelo tradicional. Normalmente o professor apresenta o conteúdo de forma expositiva e em seguida os alunos devem estudar e resolver exercícios em casa. Após realizarem as atividades propostas, os alunos podem expor as dúvidas que surgiram durante a resolução e só aí o professor intervém, sanando-as.  

Na sala de aula invertida, os alunos têm contato com o conteúdo antes de ir para a sala de aula. Dessa forma, eles são auxiliados pelo educador na resolução de atividades que serão feitas na escola. O ideal é que os professores busquem oferecer para os alunos conteúdos em diversos formatos midiáticos, como documentários, vídeos interativos ou até mesmo podcasts, a fim de fugir do óbvio.  

Gamificação 

A gamificação é uma metodologia de ensino que leva a experiência e a lógica dos jogos para a sala de aula. Nela, é estimulado que os alunos entrem em uma competição saudável, sempre mediada pelo professor, a fim de que eles pensem “fora da caixa” e se dediquem com mais motivação aos estudos. O interessante da gamificação é que ela pode ser aplicada em conjunto com outras metodologias, como a sala de aula invertida. Os alunos têm um primeiro contato com o conteúdo em casa, antes da aula, e em seguida a atividade proposta para fixação tem a gamificação como base. Vale propor jogos de perguntas e respostas dividindo a turma em equipes e oferecer prêmios, por exemplo. 

Novo ano, novos métodos 

Como você pôde perceber, as inovações no ensino são necessárias para garantir melhor aproveitamento do processo de ensino-aprendizagem pelos alunos. E, diferente do que alguns acreditam, tornar o aluno protagonista desse processo não exclui a presença do professor. Ele na verdade continua sendo uma figura fundamental em sala de aula, já que os estudantes são muito jovens e precisam de um guia, um mediador, para que as práticas pedagógicas sejam aproveitadas da melhor maneira. 

Contudo, algumas escolas ainda se mostram resistentes em incorporar novas práticas, seja por acreditarem que isso exige uma nova estrutura, seja por falta de planejamento. Sempre recomendamos que as mudanças sejam feitas com base no planejamento escolar do novo ano, para que se identifique os desafios e forças da instituição. Por isso, preparamos um material gratuito com 5 pontos de atenção na hora de construir o planejamento escolar. Baixe e depois nos diga o que achou! 

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