Cada indivíduo passa por um percurso de aprendizagem único, compatível com o seu perfil, gostos e habilidades
É na escola que as crianças são, oficialmente, apresentadas a diferentes campos do saber. Com a diversidade de disciplinas (matemática, português, história, geografia, ciências, educação física, artes e outras), é natural que os gostos pessoais comecem a se manifestar de maneira mais clara. Isso também é visto fora do setor educacional, de acordo com os passatempos e atividades do indivíduo no cotidiano.
A questão é que, muitas vezes, essa individualidade é desconsiderada quando pais e educadores estão analisando o desempenho acadêmico. Se o foco for voltado exclusivamente para as notas, a análise será superficial, assim como se o estudante for comparado a colegas e conhecidos.
“Geralmente, comparar desempenhos entre estudantes costuma considerar os conteúdos da escolarização formal, descartando outros domínios comumente menos valorizados como as artes ou conhecimentos práticos do dia a dia”, comenta Bárbara Souza, coordenadora do Serviço de Atendimento Psicológico do Curso Anglo.
Aprendizagem individual
É importante lembrar que cada percurso de aprendizado é único, compatível com aquele estudante em específico. “Essa comparação entre desempenhos acadêmicos tende a criar uma ideia de que alguém é melhor e outro pior, sem considerar as singularidades de cada indivíduo, sua formação de base ou as habilidades e dificuldades em cada tipo de aprendizado e o tempo necessário para que esse se dê”, completa.
Segundo a especialista, a situação se agrava quando se atribui um julgamento moral sobre o indivíduo que ‘não atende ao padrão desejado’ como sendo preguiçoso ou relapso, por exemplo, o que pode gerar sofrimento. Na prática, a dificuldade que aquela criança tem em um assunto é acompanhada, muitas vezes, pela facilidade em outra, que pode ser ou não acadêmica.
Qual a melhor maneira de incentivar talentos de pessoas diferentes?
“A melhor maneira de incentivar talentos é dar oportunidades para que as habilidades possam ser praticadas e aprimoradas, o que não impede abrir possibilidades para o desenvolvimento de áreas em que ainda não seja hábil, promovendo maior autonomia e fortalecimento emocional, inclusive”, afirma Bárbara.