Benefícios dos movimentos devem ir além das aulas de educação física

Autor do Sistema Anglo fala sobre a importância dos exercícios e esportes e como integrar conceitos e práticas nas relações com as pessoas e no ambiente em que se vive

A prática de esportes e exercícios físicos é fundamental não só para a saúde das crianças e adolescentes, mas também para ajudar no desenvolvimento cognitivo, trazendo mais concentração e disciplina. Para Luis Henrique Martins Vasquinho, autor do material de educação física do Sistema Anglo, “é preciso possibilitar que as crianças se movimentem o máximo possível, durante o maior período de tempo que puderem e com a maior diversidade de movimentos que conseguirem”.

Segundo o autor, é importante que as crianças experimentem diferentes atividades e que os pais acompanhem de perto para verificar se gostam e têm prazer no que fazem. A especialização em esporte — como futebol, basquete etc — deve ser considerada a partir de 12 anos, idade em que costumam ter mais maturidade para lidar com treinamentos, regras e competições.

Em relação ao ambiente escolar, o autor aponta que existe uma dicotomia na educação do mundo ocidental que separa corpo e mente. “Há uma ideia que sempre perdurou, desde a Idade Média, de sedentarização da escola e que alunos se movimentando na sala de aula significa caos e bagunça”, diz. Mas, hoje, de acordo com ele, há educadores que já trabalham com a concepção de educação que usa todas as formas de percepção do aluno — órgãos do sentido e movimentos que realiza. É o conceito de propriocepção, que se refere ao modo como percebemos o nosso corpo no espaço.

Ele ressalta que a escola deve ver o movimento de uma forma mais ampla e não valorizá-lo apenas nas aulas de educação física. “Esse estímulo deveria ser considerado por todos os componentes curriculares. Por exemplo, em Física, os alunos estudam cinemática, movimento dos corpos, mas eles aprendem tudo isso parados, apenas imaginando como seria esse movimento.”

De acordo com Vasquinho, a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC)  valoriza e integra três aspectos do conhecimento — o saber sobre (dimensão conceitual), o saber fazer (aplicação do que foi aprendido) e o saber ser e conviver (relacionado a atitudes e valores como ética, empatia e colaboração) — e o material de educação física do Sistema Anglo já está alinhado a esse modelo pedagógico.

“O nosso material propõe momentos de reflexão sobre os movimentos que são realizados nas aulas de educação física e o que acontece com o corpo em função disso. Por exemplo, se o aluno fez uma atividade e correu, ele vai se sentir ofegante. Numa sequência didática de quatro aulas, há uma parte reflexiva de cerca de 15 minutos”, explica. “Anteriormente, matemática, por exemplo, era só ‘saber sobre’ e educação física, ‘saber fazer’. Mas é preciso integrar essas dimensões e considerá-las na relação com as pessoas e no ambiente onde se vive”, completa o autor.

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