Como os pais podem identificar se o seu filho ou filha está sofrendo bullying?

Mudanças de humor e de comportamento, sentimento de tristeza e agressividade, recusa em ir para a escola e se relacionar com os colegas são alguns dos indícios

O bullying se caracteriza por atos de violência física ou psicológica praticados por um ou mais agressores contra uma vítima, de forma intencional e repetitiva. Quando a criança ou o adolescente está sofrendo bullying, pode apresentar mudanças de humor e de comportamento. É importante que os pais fiquem atentos a esses sinais para que possam identificar a situação. 

A psicóloga Paula Pimenta, do Serviço de Atendimento Psicológico (SAP) do Curso Anglo, diz que estar recorrentemente triste, abatido, irritado ou até mesmo agressivo com pessoas mais próximas podem ser alguns indícios. Outro comportamento frequente pode ser a recusa em ir para o colégio ou evitar encontrar os colegas. “Assim, muitas vezes, o absenteísmo acaba por ser um forte sinal de que ir para a escola está sendo difícil.”

Segundo ela, os pais devem buscar uma postura acolhedora com os filhos, de modo a abrir espaço para dialogarem sobre a escola como um todo, desde a parte pedagógica até questões relativas à socialização. Perguntar diariamente sobre a rotina do colégio e os colegas com quem se relaciona, conhecer o círculo de amizades e não banalizar o que os filhos trazem como preocupações e incômodos são algumas das orientações.

Também é relevante que a família converse com o professor ou a professora ou com a orientação pedagógica para entender como é o comportamento do filho ou filha e suas relações no ambiente escolar. Em alguns casos, pode ser necessário buscar auxílio especializado, por meio de psicólogo que oriente a condução.

Ela alerta que o bullying pode ter consequências sérias na autoestima da pessoa e na sua capacidade de se relacionar. “O isolamento, sintomas de ansiedade e depressão e até mesmo a automutilação podem ser desencadeados a partir de uma situação que não foi bem cuidada e amparada pelos pais e pelos profissionais da escola. Por isso, é fundamental que todos estejam atentos a esta situação”.

Para a psicóloga, quando os pais criam um espaço de confiança para os filhos poderem falar o que estão sentindo, demonstrando compreensão e acolhimento, eles tendem a se sentir mais seguros e se expressarem com mais facilidade. “É comum a criança e o adolescente acharem que alguns sentimentos, como tristeza, medo e angústia, são errados e por isso devem ser escondidos, e se preocuparem com a reação dos pais em relação ao que sentem. Neste sentido, os pais precisam ser cautelosos e não forçar o filho a falar, pois isso também poderia ser um desrespeito à escolha dele. Mostrar disponibilidade para conversar e ajudar a encontrar alternativas para se cuidarem são algumas formas de estar presente e atento à vida dos filhos.”

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