Mitos e verdades sobre o Novo Ensino Médio

Muito se fala sobre o novo modelo, mas é importante destacar em que realmente consiste a mudança

O Novo Ensino Médio traz uma série de novidades para a educação brasileira, como um maior incentivo ao protagonismo dos alunos; a construção de um projeto de vida paralelo aos estudos; e os Itinerários Formativos. Mas as mudanças podem gerar dúvidas, ruídos e informações equivocadas. 

Separamos algumas afirmações sobre o Novo Ensino Médio e o Henrique Braga, autor de português, coordenador pedagógico e coordenador do projeto do Novo Ensino Médio do Anglo, explica o que de fato é real. Confira:

No Novo Ensino Médio, só vou estudar as matérias que gosto

MITO.

Se o estudante não é muito fã das aulas de Química ou das aulas de História e acha que elas desaparecem no Novo Ensino Médio está enganado. “Existe a Formação Geral Básica. Das três mil horas, que são o tempo mínimo do Novo Ensino Médio, 1800 devem ser distribuídas pelas áreas do conhecimento, logo, pelas disciplinas convencionais. Então, o estudante vai continuar tendo aula de tudo – o que é muito bom”, explica Braga.

No Novo Ensino Médio, não vou precisar mais estudar matemática

MITO.

Como mencionado anteriormente, são 1800 horas para a Formação Geral. Nela, as áreas do conhecimento convencionais continuam valendo (Ciências Humanas, Linguagens, Ciências Natureza e Matemática, que é considerada mais do que uma disciplina, mas uma área do conhecimento). 

E Braga reforça que a Língua Portuguesa e a Matemática são disciplinas que devem ser estudadas nos três anos do Ensino Médio. “É possível que o estudante tenha aulas de História no primeiro e no segundo ano, por exemplo, e não tenha no terceiro. Isso pode acontecer com outras disciplinas, mas com Português e Matemática não – a matemática vai estar sempre presente.”

O estudante sairá da escola mais preparado para o mercado de trabalho

VERDADE.

Os itinerários formativos, principalmente, podem contribuir muito para que o estudante esteja mais preparado para o mercado de trabalho. Além disso, na Formação Geral também é possível que as dinâmicas de estudo e de aprendizagem sejam mais colaborativas. Isso desenvolve habilidades que estão para além do conhecimento mais ligado ao conteúdo e que, para o mundo do trabalho e para a universidade, são muito importantes.

Os professores também vão precisar se adaptar e as escolas têm um papel fundamental nesse sentido

VERDADE.

A afirmação é verdadeira, principalmente nesse período de transição. “Eu sou de uma geração de professores que não foi formada na universidade para desenvolver esse tipo de dinâmica com mais participação e mais colaboração dos alunos. Os próprios estudantes que estão hoje nas universidades ainda não têm currículos de formação de professores completamente alinhados a esse Novo Ensino Médio. Então, nós vamos aprender fazendo”, explica Braga.

Segundo o educador, isso faz com que a experiência que os professores já têm de sala de aula seja um ponto de partida para que, de forma gradual, essa nova dinâmica do Ensino Médio seja implementada. Ele também reforça que é importante que as escolas tenham planos para implementação desse novo modelo, como reuniões pedagógicas, auxílio aos professores e acompanhamento desse trabalho. 

“E uma coisa importantíssima é que não se pode ter medo de arriscar. É preciso saber lidar com o erro, com aquelas atividades que não vão sair tão bem, que vão melhorar em uma segunda tentativa. Essa busca por acertar sempre, sabendo que eventualmente o erro vai ser parte do processo é o que vai fazer o nosso trabalho como professor e, por consequência, a educação nas nossas escolas, chegar em um patamar ainda melhor do que esse em que estamos”, finaliza Braga.

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