Pais podem ajudar os filhos com a indecisão do que prestar nos vestibulares

É uma fase complexa para os jovens, mas os responsáveis podem dar apoio de diferentes formas

Decidir qual carreira prestar no vestibular não é uma tarefa fácil. São muitos medos, expectativas e cobranças, que podem deixar os jovens extremamente ansiosos ou preocupados com a decisão. Nesse contexto, os pais podem trazer ideias e reflexões importantes para os filhos a partir da própria trajetória de formação e atuação profissional. 

“Pais que passaram pelo processo de escolha e de vivência universitária podem compartilhar com seus filhos essas experiências, enquanto outros poderão compartilhar a inserção no mercado de trabalho e as mudanças na atuação profissional, por exemplo”, explica Bárbara Souza, psicóloga do Serviço de Atendimento Psicológico do Curso Anglo (SAP). 

Essa troca pode contribuir para os filhos refletirem sobre os elementos que julgam mais importantes para si. A medida em que fazem isso, os filhos podem identificar tanto semelhanças que têm com os pais, enxergando neles características pessoais que se afinam com a profissão, dificuldades pelas quais passaram e, principalmente, compreenderem que a carreira é um processo de formação e desenvolvimento dinâmico e contínuo, sendo o trabalho parte da vida pessoal e não algo estanque. 

Segundo a psicóloga, os pais também podem auxiliar os filhos a refletirem sobre critérios relacionados às escolhas que estão se desenhando como, por exemplo, quais as instituições são mais viáveis para o filho e a família (considerar a distância da instituição em relação à residência, se será necessário mudar de cidade ou se é uma faculdade particular que cabe no orçamento familiar); ajudar a refletir sobre se aquilo que o curso superior apresentará como objeto de estudo e formação condiz com expectativas que o filho tem ou até mesmo auxiliar a identificar possíveis dificuldades para poder se preparar para elas.

“Outra contribuição importante dos pais diz respeito a eles conhecerem uma parte da história dos filhos que estes só acessam/conhecem a partir do compartilhamento que os pais fazem. Portanto, os pais podem auxiliá-los no reconhecimento de habilidades, interesses, gostos e experiências”, afirma Bárbara.

O que os pais devem evitar nesse momento?

A escolha da profissão é algo muito singular, que remete a medos e inseguranças de aceitação e de capacidade muito remotos. Por isso, os pais não devem ver a sua trajetória como melhor e devem entender que a realidade em que o filho está inserido é diferente da que eles enfrentaram, pois os vestibulares mudaram muito, o mercado de trabalho e as demandas são dinâmicas e se atualizam constantemente.

Outro comportamento a ser evitado é desvalorizar o que o filho está tendendo a escolher e, principalmente, a maneira como está realizando sua escolha, justamente quando o jovem precisa tomar uma das primeiras decisões de grande importância para si e seu futuro. “É mais efetivo auxiliar o filho a analisar as possibilidades e o modo como está realizando sua escolha”, diz a especialista. “Também não ajudará em nada pressionar os filhos para que acelerem a escolha ou a escolherem por profissões que supostamente tragam segurança financeira ou status social, pois, no dia a dia da formação e da atuação profissional, o filho precisará se responsabilizar por sua escolha”, completa

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