Escuta empática: para aconselhar os filhos, os pais devem ouvir primeiro

Em momentos de ansiedade e insegurança dos estudantes, os pais devem estar preparados para ouvir as dores dos filhos, em vez de respondê-los com frases genéricas

Sempre que se deparam com algo novo, as crianças, naturalmente, podem sentir emoções como ansiedade, medo e insegurança. Nessas circunstâncias, que, muitas vezes, dizem respeito a algo que acontece dentro do espaço escolar (como a transição para uma nova série ou uma mudança de turma), os pequenos buscam apoio dos pais.

Os pais de estudantes que estão saindo da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, por exemplo, precisam se preparar para reconhecer os sentimentos dos filhos como legítimos. “Comece ouvindo, com ouvidos atentos e empáticos, sem julgamentos prévios e sem frases prontas, como ‘imagine, não se preocupe, será uma delícia!’. Ouvir significa entender, escutar e se colocar no lugar do outro”, diz Cristina Tempesta, autora do Sistema Anglo de Ensino.

A partir dessa premissa, Cristina traz dicas de como os pais podem iniciar a comunicação com os filhos. Confira as sugestões:

– “Está inseguro? Outras pessoas já relataram sentimento parecido. Faz parte quando enfrentaremos desafios ainda desconhecidos.”

– “Conte comigo! Vamos buscar mais informações sobre o que anda te incomodando, vamos conversar mais, vamos ouvir pessoas que já estão nesta série/ano e tirar algumas dúvidas sobre o que elas pensam hoje e o que achavam no início do trajeto.”

– “Vamos marcar e conversar com profissionais que atuam no segmento/série em que você irá estudar. Juntos vamos ouvir e você também aproveita para tirar dúvidas ou apresentar receios que te incomodem.”

– “Vamos falar mais sobre seus sentimentos e seus incômodos, quantas vezes você quiser, até que eles parem de te incomodar e você possa aproveitar a transição que faz parte desta nova fase.”

Todos esses exemplos configuram uma escuta empática: o exercício de se colocar no lugar do outro e de respeitar sentimentos, mas também de mostrar lados positivos da mudança. Com isso, o medo, a insegurança e o temor, aos poucos, se transformam em curiosidade e até alegria pela nova conquista.

Nesse contexto, Cristina ressalta que os trabalhos de acolhimento e cuidado precisam ser mais lúdicos com crianças menores. Para casos em que a insegurança diz respeito à transição para uma nova etapa escolar, ela recomenda: visitar as salas de aula em que irão estudar, os lugares onde farão o recreio, quadras, playgrounds, laboratórios, salas para aulas e artes. Assim, existe uma familiarização do estudante com o espaço.

Além disso, vale a pena conversar com os profissionais que atuam em diferentes locais da escola (auxiliares, seguranças, secretários, professores e coordenadores), criando uma rede de apoio antes mesmo do início das aulas.

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