Na carreira docente, assim como nas demais, estágios e projetos complementam o aprendizado teórico preparando para os desafios do mundo do trabalho
Além dos conhecimentos técnicos e das habilidades socioemocionais, a experiência prática desempenha um papel fundamental na formação de um bom profissional. E, com os professores, isso não é diferente. A vivência prática é importante porque torna tudo aquilo que foi aprendido na teoria aplicável na experiência cotidiana, contribuindo para o aperfeiçoamento das práticas pedagógicas.
Segundo Heitor Ribeiro, professor e coordenador do Anglo Vestibulares, muitas vezes, há profissionais que são muito bons na base teórica, mas o fato de eles não terem experiência profissional acaba atrapalhando o desenvolvimento de habilidades para a tomada de decisões e para a solução de problemas que acontecem no dia a dia.
“Deste modo, tanto estudantes quanto profissionais consolidam, expandem e desenvolvem suas habilidades, transcendendo as fronteiras da sala de aula, se tiverem essa experiência prática mais desenvolvida”, afirma.
Importância do estágio para o desenvolvimento profissional
Assim como a teoria embasa a vivência prática, esta também potencializa o aprendizado teórico e proporciona uma compreensão mais profunda dos campos de atuação.
Um exemplo são as muitas graduações que exigem estágio ou recomendam essa prática. As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia (licenciatura), por exemplo, determinam 300 horas dedicadas ao estágio supervisionado. “Ele deve ser realizado ao longo do curso, de modo a assegurar aos graduandos experiência de exercício profissional, em ambientes escolares e não-escolares, que ampliem e fortaleçam atitudes éticas, conhecimentos e competências”, diz o texto.
“Os estágios são, na verdade, grandes oportunidades para que esse estudante seja formado como profissional e aprenda as situações do dia a dia que ele vai poder usar quando ingressar de fato no mercado de trabalho”, comenta Heitor. “Isso também ajuda os futuros profissionais a terem uma melhor formação, enfrentando os desafios que o cotidiano traz, além de possibilitar o desenvolvimento intelectual e profissional”, completa.
Por outro lado, os estágios permitem que o estudante ingresse no mercado de trabalho sem ter as obrigações de um profissional, constituindo uma experiência de aprendizado.
O coordenador lembra que, muitas vezes, há uma preocupação com a questão financeira. “Mas é preciso considerar que é o momento do profissional que está em formação aprender para poder desenvolver suas habilidades e entender as nuances e os comportamentos que ele precisa ter no mercado.”
Vivências práticas que complementam o aprendizado teórico
Outro ponto importante das experiências práticas é que elas são uma oportunidade para resolver os problemas que surgem no ambiente profissional.
Essa abordagem, inclusive, é adotada por muitas faculdades no próprio modelo de ensino chamado PBL (Problem Based Learning ou Aprendizagem Baseada em Problemas). Em vez do estudante ter simplesmente aquele modelo expositivo de aulas, o professor leva o aluno a analisar diferentes casos para entender quais decisões poderiam ser tomadas em cada situação.
“Isso mostra que cada vez mais há essa preocupação de integrar teoria e prática, o que é essencial para a formação de profissionais completos, que estejam preparados para os desafios do mercado de trabalho”, aponta Heitor.
Nesse sentido, de acordo com ele, é importante o profissional entender que a experiência prática não apenas enriquece o currículo, mas também ajuda a criar uma mentalidade resiliente e mais adaptável, fundamental para o mundo profissional que está em constante mudança e evolução. “Incentivar e valorizar essas oportunidades práticas significa investimento no crescimento e na experiência profissional”, finaliza o coordenador.