Por que educar os filhos em ambientes multiculturais?

A valorização de diferentes saberes, culturas e ideias amplia as perspectivas das crianças e dos adolescentes e promove a tolerância, a empatia e o respeito

Valorizar a diversidade de saberes e culturas é essencial para a formação integral dos jovens, para que se tornem cidadãos responsáveis e éticos, prontos para lidarem com os desafios e as oportunidades do mundo globalizado.  

Para Cristina Tempesta, autora do Sistema Anglo de Ensino e diretora pedagógica do Grupo Atmo, ao buscar se informar, conhecer e compreender os movimentos históricos e culturais que moldaram o mundo atual, é possível adquirir maior clareza para compreender e respeitar as diferenças

Segundo ela, as famílias que reconhecem a diversidade, o multiculturalismo e formam os filhos para entender, buscar informações e construir conhecimento sobre diversos temas da vida social, são as que deixarão esses jovens mais prontos para a realidade que enfrentarão na vida adulta. Seja no mercado de trabalho ou nas relações culturais, sociais e afetivas. 

Por que promover ambientes multiculturais? 

Ambientes multiculturais favorecem a formação de pessoas curiosas e interessadas, que buscam compreender as informações diversas que encontram. Elas costumam se envolver em conversas e trocas de ideias com pessoas diferentes.  

Como observa Cristina, ambientes multiculturais resultam em pessoas mais esclarecidas e, consequentemente, em uma maior tolerância, substituindo o julgamento superficial por uma análise mais reflexiva, crítica e respeitosa. 

“Isso não implica em criar filhos que abdiquem dos valores familiares, nem em tentar fazer com que concordem ou queiram mudar sua maneira de ser e pensar apenas para se adequar aos outros”, ressalta a diretora. 

Como promover ambientes multiculturais   

A autora considera que a uniformidade de pensamento resulta na formação de indivíduos com uma mentalidade monocrática, ou ainda, binária, onde tudo é reduzido a apenas duas formas: certo e errado. “O julgamento simplista, fruto desse reducionismo no modo de pensar o mundo, substitui a reflexão”, aponta. 

Ela propõe algumas orientações para fomentar a valorização da diversidade e da identidade cultural

  • Estudar em escolas mais inclusivas e que promovam a valorização da diversidade; 
  • Proporcionar oportunidades para os filhos conviverem com pessoas de diferentes origens e perspectivas; 
  • Praticar uma escuta responsiva em relação a pessoas que possuem experiências e pensamentos distintos; 
  • Ler livros de autores de diferentes culturas; 
  • Assistir filmes produzidos em diferentes países. 
O principal desafio ao promover o multiculturalismo 

Um dos grandes desafios hoje, segundo Cristina, é encontrar pessoas dispostas a olhar o outro de forma respeitosa, curiosa, interessada e afetuosa. “Os radicalismos que alguns indivíduos assumem são impeditivos de mudanças, seja de postura, compreensão de mundo ou de escolhas que todos têm o direito de fazer”. 

Ela afirma que o multiculturalismo demanda esclarecimento e respeito, os quais são conquistados por meio do exercício contínuo. O esclarecimento é resultado de anos de formação e, em muitos casos, até de gerações. Por outro lado, o respeito é cultivado com a experiência direta: ao conhecer diferentes culturas, pessoas, lugares, hábitos e religiões.  

Sem essas vivências, torna-se desafiador integrar-se confortavelmente em ambientes diversificados, como o mercado de trabalho. “É preciso que fiquemos atentos, pois não inserir ou aceitar, em um ambiente que se diz multicultural alguém que pense diferente, é uma postura segregadora”, finaliza. 

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