Definir regras e dialogar sobre elas com as crianças e os adolescentes é demonstração de amor e cuidado, primando pelo desenvolvimento saudável e seguro dos filhos
Estabelecer limites para os filhos é importante para incentivar a autodisciplina, a responsabilidade e a capacidade de lidar com as frustrações, além demonstrar o cuidado dos pais ou responsáveis. “Traz também o sentimento de segurança para eles. Isso faz com que percebam que existe alguém de confiança no controle, apontando o caminho a seguir e os ajudando no amadurecimento para que possam, na vida adulta, tomar decisões importantes de maneira equilibrada”, afirma Camila Vitti de Barros, coordenadora pedagógica do Colégio Portal do Engenho, do Anglo, em Piracicaba (SP).
Segundo ela, quando a criança ou o adolescente se vê no controle de situações que não cabem a eles, tomando decisões e determinando o rumo de acontecimentos que deveriam ser de responsabilidade dos adultos, inúmeras consequências negativas podem surgir. Por exemplo, insegurança e problemas de comportamento, como agressividade, desobediência e impulsividade, dificultando a convivência com outras pessoas.
Diálogo e confiança
Atribuir autonomia e responsabilidades às crianças e aos adolescentes é fundamental para o desenvolvimento saudável. Mas como encontrar esse equilíbrio entre dar independência e não ser permissivo demais, mantendo os limites necessários para que os filhos se sintam seguros?
“Atualmente, muitos estudos apontam a importância de pais, mães e responsáveis estabelecerem um relacionamento de confiança com seus filhos, pautado no diálogo, diferente da educação à moda antiga, em que havia punições severas e autoritarismo na maioria das relações entre famílias e filhos”, explica Camila. Não existe uma fórmula mágica para encontrar o caminho do equilíbrio, de acordo com ela, mas é possível colocar em prática algumas dicas para facilitar esse processo.
A primeira sugestão de Camila é a de que, independentemente da constituição familiar, os adultos devem ter combinados sobre os limites relacionados à educação da criança ou do adolescente. “Quando os adultos estão desalinhados, desautorizando um ao outro, os filhos se sentem confusos e, ora vão buscar apoio de um lado, ora do outro, manipulando, de maneira conveniente, o comportamento dos adultos”, ressalta a especialista.
O ideal é comunicar os limites para a criança ou adolescente, explicando porque as regras existem. Isso contribui para o entendimento, a compreensão e o cumprimento dos combinados. “Os pais, as mães e os responsáveis precisam ter a clareza de que estabelecer limites não é sinônimo de maltratar ou brigar, mas sim uma demonstração de amor e afeto, primando pelo desenvolvimento saudável e seguro de seus filhos. E lembrem-se, o perfil do adulto é determinado pela infância que ele teve”, conclui Camila.