Educadores têm papel fundamental na orientação dos estudantes sobre nutrição, prática de exercícios físicos, cuidados com a saúde mental e prevenção de doenças
A escola é o lugar de pertencimento social da criança e do adolescente. É onde eles passam grande parte do seu tempo, constituindo um ambiente de vivência e de referência importante para além do espaço familiar.
“Por meio dos professores e de toda a cultura da escola, os jovens são apresentados para as lentes da nossa cultura e da ciência que interpretam o mundo. Os educadores são figuras de papel determinante na vida dos alunos”, diz Carolina Freitas, psicóloga do Serviço de Atendimento Psicológico do Anglo Vestibulares.
Assim, se a escola e os professores conseguem, nessa fase em que as crianças e os adolescentes estão na escola, auxiliá-los na construção de um saber sobre hábitos e referências saudáveis, eles poderão continuar esse percurso por toda a vida, tanto no âmbito acadêmico quanto no pessoal.
A própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que estabelece as aprendizagens essenciais da educação básica, também destaca essa questão ao enunciar, entre as suas competências gerais, “conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros”.
A importância da saúde física e mental
Segundo Carolina, em cada componente curricular, há possibilidade de os professores criarem um espaço de aproximação e reflexão com os alunos sobre a saúde de modo geral.
Um professor de literatura, exemplifica a psicóloga, ao trazer aspectos da vida dos escritores ou discutir sobre as obras literárias, pode fazer uma reflexão sobre as condições de vida e os aspectos culturais mais importantes de uma época e questões que influenciam na saúde da população. “O próprio estudo da literatura pode ser entendido como um fomento à arte, tão importante para a nossa saúde mental”, completa.
Já em biologia, o educador pode encontrar em aulas sobre botânica ou sobre o corpo humano a oportunidade para falar de nutrição e exercícios físicos. “A partir das disciplinas e do que elas carregam de potência de discussão, é possível criar pontes entre o estudo e a vida de cada aluna ou aluno e de cada professor”, afirma.
Além disso, algumas iniciativas podem contribuir para promover hábitos saudáveis entre os estudantes e a comunidade escolar, como:
- educação nutricional: aulas de nutrição, oficinas culinárias e parcerias com nutricionistas para ajudar os alunos a fazerem escolhas alimentares saudáveis.
- atividades físicas: além das aulas de educação física, a escola pode propor e organizar outras atividades, como treinamentos esportivos, aulas de ioga e alongamento e ainda eventos, como caminhadas e passeios ciclísticos.
- promoção da saúde mental: ter espaços de acolhimento e escuta e oferecer práticas de mindfulness e meditação na rotina escolar auxiliam os estudantes a desenvolverem habilidades de autoconsciência e regulação emocional, contribuindo para o seu bem-estar.
- prevenção de doenças: além dos conteúdos curriculares sobre as formas de contágio e prevenção, a escola pode realizar campanhas sobre hábitos de higiene e vacinação.
Promover hábitos saudáveis entre os alunos é uma responsabilidade compartilhada entre educadores, pais e a comunidade escolar e fundamental para garantir o bem-estar e o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes.