Segundo assessora pedagógica, a escola pode e deve contribuir para que estudantes se tornem bons comunicadores, desenvolvendo diferentes conhecimentos, habilidades e atitudes
Comunicar-se bem não é uma tarefa que todos conseguem fazer com facilidade. Para que a comunicação cumpra seu papel com maestria, vários fatores precisam ser considerados, como sua fonte ou origem; a forma e a estratégia de envio da mensagem; o receptor e a clareza do objeto da comunicação.
“Podemos perceber que comunicar-se exige dedicação, atenção e estudo. Tanto é assim, que a BNCC traz como a quarta competência geral o desenvolvimento de habilidades para a comunicação”, afirma Mariângela Petrosino, assessora pedagógica do Sistema Anglo.
Segundo ela, a escola pode e deve contribuir para que seus estudantes se tornem bons comunicadores, desenvolvendo diferentes conhecimentos, habilidades e atitudes que irão contribuir para este fim. Os trabalhos devem começar na Educação Infantil e perdurar durante toda educação básica.
Mariângela também ressalta que desenvolver a competência da comunicação é muito mais do que fornecer as bases teóricas. É necessário que o estudante possa entender, comunicar-se com desenvoltura e conectado com o mundo contemporâneo, ter capacidade de argumentar, expressando suas ideias, escutando o outro com empatia, interagindo com o próximo e com pessoas que estão para além de sua convivência diária. Tudo isso usando múltiplas mídias, como blogs, rádio, podcast, vídeos…
“Na sala de aula temos vários perfis de comunicadores: os mais tímidos, mais falantes e aqueles que possuem um tom mais agressivo, por exemplo. Para cada um deles é necessário ter uma estratégia diferente de abordagem, como fazer perguntas mais diretas para aqueles que a comunicação é um peso; lembrar os mais falantes que precisamos ouvir os diferentes pontos de vistas e opiniões; relativizar as críticas e manter a autonomia dos colegas preservada para o caso de estudantes que ironizam ou desprezam a manifestação dos outros.”
Como toda competência em desenvolvimento, segundo a assessora, a comunicação deve ser bem explorada e frequentemente revisitada. A prática leva a uma melhor atuação, argumentações mais robustas, estudos mais aprofundados, além de proteger dos aspectos negativos, como as fake news e os “achismos”.
As formas de expressão precisam ser estimuladas e diversificadas, inclusive com acesso aos meios digitais. A arte, a literatura, o teatro, o esporte e tantas outras atividades comuns nas escolas, muitas vezes, são pouco exploradas como forma de comunicação.
“Precisamos também olhar para o novo. Na sua escola, os alunos podem desenhar no pátio? Grafitar os muros? Colocar músicas no recreio? Eles participam das montagens das peças de teatro? Escrevem poesias e contos? O projeto bilingue sai da sala de aula? Como é a comunicação do ambiente físico de sua escola, que por natureza, é um ambiente pedagógico?”, questiona a especialista.
Quem a frequenta deve perceber esta intencionalidade por todos os lados. Precisa haver representatividade, conceitos, cores, arte, desenhos, mapas e o que mais a criatividade permitir e a necessidade exigir.
“Por aqui é aula dada, aula estudada, não é mesmo? Então vou deixar uma tarefa: olhe para as paredes de sua escola e diga o que elas te contam, o que elas te comunicam, quem se expressa por elas, ou se as paredes e muros são mudos e sem a identidade de sua comunidade escolar.”