Dicas para melhorar a memória durante os estudos

Confira formas eficazes de estudar para evitar o “branco” na hora da prova

No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), um grande número de candidatos acaba zerando a redação. Entre os motivos estão a falta de tempo, o desconhecimento do assunto, a dificuldade de compreensão do enunciado e o lapso de memória — famoso “branco” na hora da prova. Ou seja, mesmo que o aluno tenha estudado o conteúdo, pode esquecer o que aprendeu justamente quando mais precisa daquela informação.

Mas como facilitar a retenção dos conteúdos estudados e evitar esse problema? Bárbara Souza, psicóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP) e autora do material de Projeto de Vida do Sistema Anglo de Ensino, dá algumas dicas e orientações aos estudantes.

Como lidar com o lapso de memória

O primeiro ponto reforçado pela especialista é reconhecer o “branco” como apenas uma falha na lembrança. “É aquela informação que você sabe que existe na sua ‘caixa preta’, mas não consegue trazê-la quando se depara com a demanda por ela”, diz Bárbara. “A gente tem lapsos de memória no dia a dia, é absolutamente normal, mas é claro que em uma situação de prova esse ‘branco’ pode trazer mais prejuízos.”

Ela orienta não se desesperar com a situação e tentar entrar em contato com aquela demanda em um segundo momento. “No período entre o primeiro e o segundo contato com a pergunta, você dá a chance do seu cérebro retomar as informações por conta própria.”

Hábitos que facilitam a memorização

Antes de tudo, é preciso cuidar da saúde física e mental para ter um bom desempenho nos estudos. Para isso, segundo a psicóloga, é importante a regularidade do sono, com o mínimo de seis ou sete horas por noite e horários fixos para dormir e acordar. A prática de atividades físicas pelo menos três vezes por semana também promove benefícios, como a melhora da oxigenação, favorecendo o aprendizado.

Considerando isso, é possível pensar nas estratégias a serem utilizadas no próprio processo de aquisição de conhecimento. Bárbara aponta a regularidade nos estudos como um elemento que favorece a retenção de informações de forma eficaz. Afinal, os conteúdos ganham cada vez mais complexidade com o passar dos anos letivos, e a constância permite novo contato com assuntos já vistos. “Isso auxilia na construção de relações e do próprio raciocínio lógico”, destaca. “É fundamental para evitar um lapso de memória, porque o estudante consegue retomar o raciocínio que ele construiu ao longo do tempo e não fica dependente exclusivamente de uma informação pontual.”

E, a partir do momento que o aluno entende o que funciona melhor para ele em cada matéria, ele também desenvolve estratégias próprias para exercitar esses conhecimentos.

É ruim decorar?

Bárbara explica que, no caso de provas de vestibular ou do Enem, existe um conjunto de assuntos referentes aos três anos do Ensino Médio. “Decorar esses conteúdos é inviável. A gente tem uma memória seletiva”. Pontualmente, quanto se trata de termos específicos, como na Embriologia, é preciso depender da lembrança. “Mas é interessante então que o estudante monte um esquema com essas informações, de uma forma que seja bastante compreensível, para que ele consiga retomar o raciocínio.”

Nesse contexto, fazer exercícios é essencial. “E o que é o exercício? É quando o estudante se depara com uma determinada demanda relacionada àquela disciplina e precisa desenvolver o raciocínio”, define a especialista. “Resolver diversos exercícios de um mesmo conteúdo, com diferentes níveis de complexidade, promove um ganho de compreensão lógica, a construção de mais relações e a dependência cada vez menor de um decorar”.

Estratégias práticas para estudar de modo eficaz

Bárbara sugere ainda outras estratégias para estudar corretamente. Confira:

  • esquemas estabelecendo relações lógicas entre os conteúdos;
  • mapas mentais que indiquem o que é central e secundário, bem como as relações entre as informações;
  • gravação de áudios que mostrem claramente um determinado raciocínio;
  • autoexplicação dos assuntos ou explicar para colegas;
  • revisões regulares, seja dos esquemas ou por meio de exercícios;
  • foco em exercícios que abordam os conteúdos sob diferentes âmbitos, aprofundando as exigências conforme aumenta a complexidade.

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