Especialista discute a integração de tecnologias na sala de aula, destacando práticas e debates atuais sobre o uso de recursos digitais
O crescimento do uso de ferramentas online na educação teve como uma de suas principais motivações a necessidade. “Desde 2020, ficou claro que vivemos uma nova realidade iniciada pela pandemia de Covid-19, quando as aulas online se tornaram o principal recurso pedagógico”, diz Henrique Braga, especialista em educação e professor do Curso Anglo.
“Além da internet como canal de comunicação, câmeras, vídeos e outras ferramentas digitais passaram a ser utilizadas para exposição de conteúdos e interação, aproveitando o contexto pandêmico”, complementa.
De acordo com ele, é possível observar essa mudança como uma atualização das práticas de sala de aula, especialmente nas etapas em que os alunos têm mais autonomia, como no ensino médio e nos anos finais do ensino fundamental.
Henrique lembra ainda que essas tecnologias já estão integradas em outras áreas da vida cotidiana, como na forma de pedir comida, no uso dos meios de transporte e no consumo de mídia. “Se havia alguma barreira que separava esses recursos da educação, ela foi derrubada em 2020.”
A maturidade da educação online
Para o especialista, o período atual é um momento de maturidade no contexto das instituições educacionais e das medidas adotadas por elas, sendo resultado da conscientização e aprimoramento do crescente papel da tecnologia.
“Houve um período em que toda tecnologia era considerada boa. Durante a pandemia, a tecnologia se tornou indispensável para o ensino, mas agora surgem debates sobre seu papel na escola, incluindo o uso de celulares em sala de aula”, observa.
Ele enfatiza a importância de priorizar o uso de recursos digitais de acordo com necessidades específicas e o potencial oferecido. Ao adotar metodologias ativas que incentivam o protagonismo do estudante na aprendizagem, como o ensino híbrido, é possível integrar o ensino analógico presencial ao digital.
“O professor pode solicitar aos alunos que utilizem dispositivos, como computadores ou tablets, para assistir vídeos e participem de discussões que promovam a aprendizagem”, exemplifica. “Isso permite que os estudantes tenham controle sobre o conteúdo consumido, podendo pausar, retroceder e levantar questões conforme aprendem no seu próprio ritmo.”
Práticas simples e eficazes na educação online
Quando se discute adaptações, inovação e a integração da tecnologia na educação, muitas vezes se pensa em soluções complexas e mirabolantes. No entanto, há práticas simples e eficazes já em uso.
Um exemplo é a utilização de dados para aprimorar o processo de aprendizagem. “Quando os alunos do Sistema Anglo utilizam a plataforma Plurall para realizar tarefas, simulados e avaliações, esses dados são armazenados de forma que coordenadores pedagógicos e professores possam utilizá-los de maneira mais formativa”, destaca Henrique.
“Isso significa menos foco na simples avaliação para atribuir uma nota e mais na identificação das áreas de aprendizagem que ainda não foram completamente desenvolvidas, permitindo assim a elaboração de planos pedagógicos”, explica.
Além disso, a elaboração e disponibilização desses materiais tornam-se mais simples com o uso de uma plataforma digital. “A capacidade de direcionar atividades personalizadas para diferentes alunos é um exemplo claro dessa busca por personalização do ensino, impulsionada pelas possibilidades oferecidas pelo ambiente online e digital”, acrescenta o professor.
Exemplos de inovações do Sistema Anglo
Segundo o especialista, considerando o contexto do Anglo, é possível resumir as inovações educacionais em duas palavras-chave: canal e conteúdo.
- Canal: uma inovação que surge para atender às demandas do uso de recursos digitais na aprendizagem é a disponibilização de conteúdos de maneira ágil e eficiente por meio de uma plataforma. Isso inclui tanto o material didático produzido pelo Sistema Anglo quanto materiais adicionais que os professores podem compartilhar com seus alunos.
- Conteúdo: a diversidade de materiais que podem ser disponibilizados também mudou. Um exemplo são os podcasts para os professores comentando as atividades dos livros do Anglo. Da mesma forma, a oferta de videoaulas para os alunos se tornaram uma realidade nesse novo cenário.
“Esses novos formatos de conteúdo exemplificam como os novos recursos digitais estão sendo explorados de maneira eficaz pelas instituições de ensino”, finaliza Henrique.