Pais precisam reforçar os vínculos afetivos e manter canal de diálogo aberto com os jovens durante essa fase desafiadora
A adolescência é uma etapa da vida desafiadora, pois é um período de transição da infância para a fase adulta, caracterizado por alterações de comportamento e transformações físicas, como o crescimento, a explosão de hormônios e as modificações no cérebro.
“Passar por tudo isso não é fácil, assim, é essencial que pais, mães e responsáveis ofereçam apoio, ajudando seus filhos a navegarem por essa fase de maneira mais tranquila e segura”, afirma Camila Vitti de Barros, diretora pedagógica do Anglo Piracicaba.
Período de muitas mudanças
O primeiro passo, antes de ajudar o adolescente, é o adulto entender as transformações que ocorrem no corpo, principalmente as cerebrais. “Durante a adolescência, o córtex pré-frontal, responsável por funções como tomada de decisão, planejamento e controle dos impulsos, continua se desenvolvendo. Isso pode resultar em comportamentos mais impulsivos e dificuldade em planejar ou fazer escolhas complexas.
“As mudanças hormonais também podem afetar o humor e a cognição”, explica Camila. “Estar ciente dessas alterações, conectado ao adolescente e aberto ao diálogo, proporciona uma sensação de segurança e apoio nessa importante fase da vida”, completa.
As mudanças de comportamento e de interesse mais comuns nesse período são a busca pela identidade, a autonomia e a maior independência, além do desejo de estar em companhia de amigos (em detrimento dos pais). O aumento da preocupação com a aparência física, da curiosidade e do interesse por questões filosóficas e abstratas também são características presentes. Segundo a diretora, todas essas transformações são normais e esperadas durante a adolescência e fazem parte do processo de crescimento e desenvolvimento individual.
Como as famílias podem auxiliar os adolescentes
É importante criar vínculos mais afetuosos, positivos e seguros com o jovem, mantendo sempre um diálogo aberto. Também é fundamental estimular o filho a cuidar da sua própria saúde. “Garantir que o adolescente mantenha uma rotina de exercícios físicos, com alimentação saudável e sono de qualidade são pilares essenciais que se refletem diretamente na qualidade de vida, incluindo o desempenho nos estudos”, aconselha Camila.
O papel da escola
A escola pode colaborar com esse momento, oferecendo aos estudantes escuta ativa diante das angústias e dos desafios que podem aflorar no ambiente escolar. Eles podem estar relacionados, por exemplo, às amizades ou à escolha do curso superior e da área de atuação profissional.
Também é papel da escola orientar as famílias, especialmente em casos desafiadores, por meio de palestras e reuniões individuais. “São formas de alinhar as melhores condutas para que o adolescente se sinta mais seguro”, finaliza a diretora.
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